Preciso dizer a você,doce vampiro da madrugada,
por que revelou a sacada ?
As palmas das mãos se abriram , os braços se descruzaram e
ela, passou . De fora pra dentro ou de dentro pra fora ?
No momento, faz diferença? Só momentos ficam na vida.
O alento.
Esquinas , cantos , amores e prantos .
O presente, murmurou por vida com o último bafo quente do cigarro,
que em suas mãos se desfaziam .
Foi atendido e o corpo, todo arrepiado . A vida,
capciosa , passou pela porta. A adrenalina
com que rompeu, todos os cômodos , a fizeram vazar pelos olhos.
Peso aparente. Oprimido. Te amo.
Apesar de não suportarem o vigor, a deixaram escorregar macia e sozinha.
Seria esse o frescor da vida? Um sopro.
Esperei
pela próxima, não veio. Talvez por isso, não tenha vindo.
Pra quê esperar ? Pareceu ser um sinal de que fugia.
Será ?
Na seqüência deu sinal e perfurou as palmas das mãos,
as solas dos pés , fincou-me ao chão com a gravidade do acaso.
Batiam por todo o corpo, envolvendo-me com magia,
beijos e abraços . Vermelha .
Um instante. Silêncio . Sabia !!
Ela cobrou seu preço . Uma taça de sangue quente para beber,
como um licor de morte, um beijo vermelho de sorte e um adeus para o norte. Precisava dizer que te amo .
(Edu Coutinho)