Barco de papel
(Para Maria Mariana)
Navegar:
obsessão,necessidade é
intrínseco ao ser
humano como as franjas
espumantes do mar,
pegadas na areia, independente
da hora, do dia,
do tempo, gestos ríspidos,
respirar ação
profunda fome?!
Jejum que não escolheu
o que comer
artista da fome da vida
entenda que dia após dia
a forma repudia,
transformação contínua com
o passar da Lua:
Nada é. Próximo da morte
navegas por quê?
A violência do branco incita,
alerta em letras garrafais negrito
laranja pega sua maleta sai
por ai deixe-as,faça-as
de papel; adentre o mar frio
no começo, depois
diverso,poético com sua
neblina; mãos cortam o ar
proa ao norte, barco
flutua, sim!!
Por dentro de ondas gigantes
enfrente a dimensão, jejum só
de névoa, vela e refrescos do ar.
Papel adentre assim:
bravo,em riste,
caminhe sempre em frente
avante ao vento dentro
ao lado,sempre que possível;
Rotas e destinos diferentes,
cascos juntos ao infinito.
Morte da Lua, em
conta gotas ele surge acima,
muito antes amarelo,
forte e tira a cortina dos
olhos, agora
azul claro.
Panos esvoaçantes,
ranger dos dentes e uma eternidade
perene a sua frente; a inércia da velocidade
constante caminha! Se achegue
num canto calmo
se recoste as pedras
olha o céu imenso,
mesma cor das águas,
mas distante.
Quero ficar aqui
físico, vendo a herança
de outrora; Transeuntes que andavam sob
as águas,labirintos piratas.
Mesma paixão. Barco de papel
vai com eles adentrar a paixão
do coração que não se acaba mais
em água!
Evoé barcos de
papel!
(Edu Coutinho)
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