Agora é só o que me resta, a escrita, o café frio e a imensidão da escuridão.
Lá de fora, não se enxerga muito aqui dentro.
Nem notam, a fumaça que esvai, desenhando no espaço,
espirais secos e cinzas. Tudo parece estar.
Aqui dentro, onde a fumaça polui, a dúvida sufoca as possibilidades.
Ou seria ansiedade ? Como saber , se por direito, temos uma única opção ?
Não falo das possibilidades das Duas vertentes;
Essas são menos exatas, por isso, mais amplas.
Falo da coisa certa. Do caminho que as palavras caem do espaço.
Do caminho de pedras que é ser escolha. Nessas horas, que ecoa.
Eco-a a gota, a moça e o vazio dos gritos.
Ressoa, pessoa sozinha. Poço sem fim.
O ar falece, a fumaça contínua, dá o ritmo ao caminho, seja ele qual for .
Teríamos uma linha ? Final ? Uma inicial ? Ou seria a mesma ?
Faz diferença ?
Que caminho a percorrer ?
As pegadas, MARCA eterna dos que se registram, anunciam cada centímetro de palmo da sua terra, com a ferocidade de suas decisões,
com a garra de seus desapegos,
com a gana de suas conquistas.
Estar só, não é simplesmente caminhar desenfreadamente,
querendo estar sozinho. É percorrer pedaços de você.
Passear por praias desertas, frias e livres, pois são suas.
Descobrir nas possibilidades, suas vertentes; Vertigens.
Um minuto.
A asfixia da fumaça , exprime com nuvens nos olhos,
a dor de tal desapego: Ser ou não ser ?
Chove aqui dentro. Ser dúvida é escolha;
Desculpe, tenho que ir.
Preciso tomar esse banho de chuva.
(Edu Coutinho)
Chove mil incertezas e penso agora caber em algumas poças que ficaram secando pelo chão esburacado dos meus dilemas... ouvindo o vazio do corpo, desvelo um perfil de emblemas, aqueles que caçamos e expomos em nossos uniformes pra dizer o que adquirimos durante o caminho. Talvez na flor só exista mesmo o espinho, e talvez seja o espinho a graça de tudo! Enquanto o universo continua mudo, a gente grita e se pergunta, deixando chover essa chuva. Que vem, e que passa.
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