Vencilhada de tímido sentimento,
aproxima-se do aconchego do ser.
Entra leve e quente,
sublimando os poros.
A boca, sutilmente, agradece.
A inércia, agora, nada tem haver com a apatia,
não vem em doses homeopáticas,
não é medida.
A constância figura o abandono. Desleixo.
Não há luta contra a gravidade,
o corpo, abandonado de presenças ,
se desfaz em ondas,
fica em águas profundas.
Imerso. Disperso.
Pela insustentável leveza,
anda nos limites e nas tangentes do ser,
dança o abismo do amor com a
Dama da Noite. Iluminada.
Dançam também as franjas plumosas,
o contorno e caminho movediço da liberdade.
O vento passa.
Os poros, saturados, observam .
A frente vêem a moldura
e contemplam desvencilhados de tímido sentimento
o ávido cintilar da vida,
(Edu Coutinho)
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