sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Para você

Perdidos no caramelo dos seus olhos,
meus olhos,  devaneiam-se.
Atraído pela  boca, rosas na primavera,
fico inerte. 

O meu corpo te chama. Não reparo,
minhas mãos apertam as suas.
Cada movimento, é fotografado pela minúcia
do tempo.  

O ato de registrar o agora, revela
os cabelos ensolarados, com as pontas acesas,
o sorriso no canto dos lábios,
as maças avermelhadas . 

O silêncio do encontro dos corpos,
é refletido, pelo vai e vem das franjas do mar. 
O frescor de sua pele, desapegada do destino,
consome o orvalho que cai, como poeira de estrelas.

O vento, 
os poros ouriçam-se, abraçam-te.
Um beija-flor adentra o quadro, observa.
Será que sentiu a vibração ? 

Não viu, mas parou entre seu ombro esquerdo 
e alguma tangência do Sol que dormia. 
Sentiu como  iluminava-te ?

Seu calor se difundiu no 
meu no seu no nos
so o corpo virou um só.

Os lábios, tocaram, abraçaram, exploraram 
a maciez do toque 
forte do choque intenso, da pele.

Quando confessou, aos ouvidos, a lua sombreava o mar. 
As  franjas eram mais límpidas
e sua voz mais macia.

O vento,
os poros ouriçam-se, abraçam-te,
as cortinas, de seda branca, dançam.

Intrépidas escondem o quadro, a luz 
se apaga, a lua, 
por um instante , 
só resta eu e você.

      ( Edu Coutinho)

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