terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Acabrunhado e absorvido 
pelos lençóis da paixão
cobertos de sentimentos e volúpia
Quero você de novo!

Quero-te de novo!
                                      em cima,
                             no meio,
                                      embaixo
misturada, 
absorvida por essa redoma de prazer.

Quero-te de novo!
Evaporando teu seio em minha pele,
aroma caloroso, sexo gostoso 
ebulindo pelo corpo, que me envolve
com seu gosto.

Quero voce de novo!
Minha carne em sua unha
Sussurros isotérmicos;
Herméticos.

Quero seu gemido,
quero a Lua, quero o lúdico,
o deleite do seu gozo.
Quero-te de novo!
              
                  ( Edu Coutinho )

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Minutos de angústia,
intervalo depois da partida.
Solidão, vazio e 
uma vontade absurda de ver
já,
alvejar,
esbravejar,
viajar, 
tocar,
gritar,
sentir o eco da voz percorrer
vales,
mares; 
Lacunas e precipícios, 
Castelo ou  Fortaleza? 
As portas desabam,
abrem-se caminhos, por dentro.
Pontes e o rio que abaixo passa, 
fervilha como sangue quente quando 
esquenta. Deve ser o furor 
que causa o coração,
quando questionado.
Caminha e
tudo desaparece
como cera ao sol. 
Sem rastros, 
a terra serpenteia,
diversas margens,
mesmas águas?

Minutos de angústia,


      (Edu Coutinho)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Máquina do tempo escorre

Maquina do tempo
escorre escorre
suas chagas 
por entre descem
escorre escorre
goela abaixo percebendo o fato
por que suprimir 
fala ?

Por que simplesmente não dizes.
O que te aflinge ? 
Escorre escorre
dilacere seus folículos, merdas
passadas.
escorre escorre pela vida,
a angústia e o medo de nada servem para esconder-se.

Inconsciência fingida, 
por que martirizar-se com ignorância?
Capacho das próprias vontades 
liberte-se dos preconceitos. Exerça  a função
do sol, procure nascer todos os dias.
Por que insistir no escuro?

Expulse - os, 
gananciosos do escuro,
com força para o (re)nascimento
da vida de agora. A dor,
precisa falar . Relaxe!
A vida é agora, 
o que te fez dar esse sinal?

                    (Edu Coutinho)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Confiança

confiança:

A falta deixa-o sujeito, 
passo cadenciado. 
O medido papel da sua vida, 
cheio. 
Nada tens,para o instante, 
para o novo. Diversos caminhos.

A imagem e ...
o instante é destituído por belíssimas gotas;
Seringueiras. 
Escorrem, 
acobertam com covardia o descobrir das coisas.

Desconfigurados, os rabiscos, transformam, formas; 
Novas encruzilhadas. 
Mesmo perdidos em VÓS , caminhamos ao vento. 
Desconfiados e …

Escassos de lamentar, a propulsão é doabater. Pulso. 
Coração; 
Não se condenes, por favor! 
A vida sempre surge; De um 
Papel em branco ?! 

A confiança é quem alimenta. 
Todos os movimentos; Com ela, 
Alma corre livre quando solta no vento.
Corre corre com suas asas. 

Então por que temas ?!
Já disse: "Não se condenes, por favor! "
Desmesure!!  

Barulhos. 
Epopéias do Tempo e 
novos ares fazem parte;
Da sua vida, subverta o espaço. Aceite a lucidez.
Inunde-se de Si mesmo;
e...
Ressoe.
Acredite no caminho.

          
                 (Edu Coutinho)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um lugar comum


Caminhos,cantos,canos,
esquinas,
precipícios da vida,
um lugar comum;

Abismos vistos pelas aventuras
da tenaz vontade de chegar
ao outro lado…

Um passo dado,
há um passo atrás,
mais um herói vencido,
um lugar comum;

Ímpeto! e
o desejo de ser algo
mais, o céu não me ouve.
Que herói pode me salvar?

Não ficarei a espera
"We could be Heroes
 forever and never"
apenas por um dia 
para todo o sempre.

Grandes poderes: responsabilidades
Meus sonhos?
O limite máximo da 
condição humana,
joga minha vida fora por um dia de 
felicidades. 

Deseja ser…
Cultua raízes de paz, liberdade,igualdade,
fraternidade,autossacrifício. 
Martírio?! Não. 

A decisão suplementa a superAÇÃO,
o excesso de fé e coragem,queima s pés,
cega os olhos,
deixando  tudo e aqui dentro.

Um lugar comum,
único.

A proximidade é tão grande visto daqui de cima,
que mistura,caminham juntos,
donos de si.

Abrem-se janelas, vôos de liberdade,
"tudo posso naquele que me fortalece"
mais um passo e o limite é ultrapassado.

Liberdade!! Vento no rosto.
O corpo se expande, são asas!! 
Tudo ganha tônus, o bônus:
meus sonhos,
seus sonhos, passam 
por entre,
por dentro de

Cantos, caminhos, canos,
esquinas,
precipícios da vida,
um lugar comum;

Vai ser pra sempre?
Até quando é o sempre?

"É Deus, parece que
vai ser nós dois até o 
final. "

               (Edu Coutinho)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Outono!

Faça com amor
com calor 
na iminência do abismo 
o amanha não existe 
necessita do agora 
já era a hora 
nada de outroras  
O choro é sempre da hora 
deixe fluir  
emoções pra que prender o coração?
Sua casa?.. 
Exposição de vitórias, escuta! 
Tilintar do pulso 
o instante do expor choro 
os ouvidos vibram(mm)  
de onde se escuta 
não sei de nada de ser de 
ser cheio de seis 
outono outra vez!   

        (Edu Coutinho)

sábado, 22 de outubro de 2011

Preciso dizer q te amo

Preciso dizer a você,doce vampiro da madrugada,
por que  revelou a sacada ? 
As palmas das mãos se abriram , os braços se descruzaram e 
ela, passou . De fora pra dentro ou de dentro pra fora ? 
No momento, faz diferença? Só momentos  ficam na vida.
O alento. 
Esquinas , cantos , amores e prantos . 
O presente, murmurou por vida com o último bafo quente do cigarro, 
que em suas mãos se desfaziam . 
Foi atendido e o corpo, todo arrepiado . A vida, 
capciosa , passou pela porta.  A adrenalina 
com que rompeu, todos os cômodos , a fizeram vazar pelos olhos.
Peso aparente. Oprimido. Te amo. 
Apesar de não suportarem o vigor, a deixaram escorregar macia e sozinha. 
Seria esse o frescor da vida? Um sopro. 
Esperei 
pela próxima, não veio. Talvez por isso, não tenha vindo. 
Pra quê esperar ? Pareceu ser um sinal de que fugia. 
Será ? 
Na seqüência  deu sinal e perfurou as palmas das mãos, 
as solas dos pés , fincou-me ao chão com a gravidade do acaso. 
Batiam por todo o corpo, envolvendo-me com magia,
beijos e abraços . Vermelha . 
Um instante. Silêncio . Sabia !! 
Ela cobrou seu preço . Uma taça de sangue quente para beber, 
como um licor de morte, um beijo vermelho de sorte e um adeus para o norte. Precisava dizer que te amo .  

           (Edu Coutinho)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Soneto de Saudade



Só queria estar presente
deitar ao seu lado, sentir seu amor por mais um dia,
borboletas verdejantes,
chama lenta de amor fiquei.

Já encontrava no meio e não sabia que havia começado,
tua fortaleza, a fraqueza das boas qualidades, 
está sob proteção do cheiro de cigarro. 
Círculos de fumaça. As mágoas sufocaram-se. 

Pela vivacidade de sua inteligência,
soltei as rédeas da fantasia e entreguei-me
as abonanças dos seus sorrisos. Asas arrojadas.

Sete flores, sete saudades
cinzas ao vento desenhando os melhores céus,
o adeus, a imponência do coração. Sete chaves !

       ( Edu Coutinho)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

1.

O céu se acanhou atrás de nuvens cinzas; 
por um instante ,
difundiu-se  no vento leve 
umidecendo os amores de Vinícius , 
que dançavam ao som das franjas amarelas, 
que como um espelho,
plageavam o movimento calmo das asas
brancas  que plainavam.  Ali, ausentes.
Os movimentos incolores, borravam o quadro e os 
redemoinhos ilustravam a eminente catástrofe,
com os caminhos de areia que no ar se desenhavam.

Soprou o silêncio.
Aqueles de dar vontade de abraçar.
Novamente elas dançaram,
ansiosas 
sabem que o amor não pode esperar.

A luz, antes cinza, acendeu
o azul intenso do céu
através de seus olhos,
quentes e lânguidos,    
Inundando o silêncio com o esplendor de um arco-íris. 

2.

Suas pegadas, pequenos espelhos d'água,  
personificam seu caminhar iluminado, macio.
As franjas,
observam o seu vai e vem, 
pelas brancas asas que tricotam o ar com 
rasantes cortantes, livres,
cadenciado pelo ritmo de seus quadris.

As estátuas, de areia, desfazem-se,
não resistem ao corpo moreno,
molhado, 
viram súditas,
preferem sentir as solas.
Sabem que o corpo perece na forma.

O calor  de seus passos
dispersa a névoa branca,
com o mesmo rompante que o azul
expulsa o cinza.   

3.

Eis que surge, 
frontal
linda
com dois grandes de criptonita.

As palavras tentam, 
querem ser maiores, exceder as franjas,
querem cantar  seu violão. 
Tontas e hipnotizadas tombam no espaço.

Os olhos sujos de areia,
marejados, por tanta beleza,
ficam inertes. 
Ela passa.
As franjas se agitam, pela última vez, 
querem dançar, olham nos olhos dela, 
ela rejeita, 
enfraquecem-se. Ficam murchas.

4.

As ondas, antes, serenas,
agora apagam minha memória. 
Fervorosamente, 
dissolvem seu rastro 
com  espuma de bocas unidas.
Beijava os pés ou seria a alma ? 

O suplício deixa seus olhos inatingíveis, 
marca a respiração com o contorno inebriante de seu corpo 
que brilha,
que só revela sua metade, 
como se quisesse um duplo,
que vai.

O vento sopra.
As franjas, douram seus cachos.
No vazio, sem eco, 
fica o hiato.
Ficam as lembranças das franjas do mar.

        (Edu Coutinho)  


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Simplesmente ...

Deixe a vida seguir ; Sem destino. 
Não pense as coisas  no seu Tempo. 
Elas nem sempre tem as suas vontades e muito menos, 
seus domínios. 
A ansiedade, a maluca ideia de alimentar aquilo que não se conhece,
angustia a alma e o espirito deste corpo terráqueo. 
Terreno. Respire. Simplesmente
faça aquilo que o quer. 
Nunca espere. Escute          s(eu)s instintos,  respire. 
Fique calmo, Tudo tem seu tempo. Tempo de amargurar, 
de maturar, de florescer. 
Acalme-se. Lembre-se sempre. 
A vida é um eterno aprendizado, um eterno ganhar, mesmo quando se perde. 
Para os vencedores, os corajosos, o trabalho e diario. 
Anseie, mas somente por suas adjacências e jactâncias. Caminhe crendo em suas tangências.
Nada alem disso existe. 
Respire.
Faça o que seu coração manda. 
Não arrume motivos para se ater, reter. 
Por maior que seja a dificil, deixe a correr !!  
Deixe a vida seguir ; Sem destino. 

          (Edu Coutinho)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Part.1 

A eternidade num minuto. Minúcia ?!
O tempo de um beijo, de um grito,
de um suspiro. 
Esse é o meu tempo.

O agora,
o urgente, 
o possível, intenso, a flor 
da pele que rasga.

Feliz por um instante.
Posso me amar de todas as maneiras,
em uma fração do tempo,
costuro os corredores por dentro de mim.

Viro água, entro por entre os buracos,
Corro por vielas escuras, me propago no eco, 
regurgito meus resquícios. 
Na velocidade da luz, passa.

Para você

Perdidos no caramelo dos seus olhos,
meus olhos,  devaneiam-se.
Atraído pela  boca, rosas na primavera,
fico inerte. 

O meu corpo te chama. Não reparo,
minhas mãos apertam as suas.
Cada movimento, é fotografado pela minúcia
do tempo.  

O ato de registrar o agora, revela
os cabelos ensolarados, com as pontas acesas,
o sorriso no canto dos lábios,
as maças avermelhadas . 

O silêncio do encontro dos corpos,
é refletido, pelo vai e vem das franjas do mar. 
O frescor de sua pele, desapegada do destino,
consome o orvalho que cai, como poeira de estrelas.

O vento, 
os poros ouriçam-se, abraçam-te.
Um beija-flor adentra o quadro, observa.
Será que sentiu a vibração ? 

Não viu, mas parou entre seu ombro esquerdo 
e alguma tangência do Sol que dormia. 
Sentiu como  iluminava-te ?

Seu calor se difundiu no 
meu no seu no nos
so o corpo virou um só.

Os lábios, tocaram, abraçaram, exploraram 
a maciez do toque 
forte do choque intenso, da pele.

Quando confessou, aos ouvidos, a lua sombreava o mar. 
As  franjas eram mais límpidas
e sua voz mais macia.

O vento,
os poros ouriçam-se, abraçam-te,
as cortinas, de seda branca, dançam.

Intrépidas escondem o quadro, a luz 
se apaga, a lua, 
por um instante , 
só resta eu e você.

      ( Edu Coutinho)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Part.3


Seus olhos alumiam-se,
o corpo, ainda desformatado 
banha-se no torpor de suas pupilas
sem se afobar, ser prepotente.
Espelhos. D'água 
vida refletida. 
Equilíbrio desmedido. Caos, 
insustentavelmente leve
direciona-se para o lugar mais primitivo.
Sorri ao ver que suas lágrimas 
não percorriam mais seu rosto, levemente desfacetado,
e sim caminhavam para 
o peito em direção
a nascente de seus rios.


(Edu Coutinho)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Part. 2


O ímpeto,
escorre por entre
dentro, acende do coração aos capilares,
veia. Romântica,
rompe as jugulares de suas fibras, fibrilas 
esgarçam-se, contraem a espuma branca
pra dentro, de si
ficam limpas, tencionam as mãos no rosto,
vibram com o farelo de seus  
músculos , escorre
corre liquido 
líquida como adrenalina adstringente
comprime, causa constrição. 
Seus impulsos levam-nas a todos 
os cantos 
prantos, lhe cortam os pulsos.
Indefesas, simplesmente caminham
pelo mar febril de rosas brancas, 
memórias de suas putas tristes.
Pelas jactâncias moles de seus tecidos,
querem descansar. Já muito foi caminhado.
Com os sóis deitam-se de mãos dadas. 
Na cama por detrás do rochedo, nasce o 
esplendor. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

1. Ir em direção ao ...

Part. 1



Próxima do ocaso 
por mordidas de dentes,
descem
se esfregando pelos cantos
vermelhos, mucosas
junto a saliva, rumam pelo cano,
desembocam digeridas pela acidez,  
do homem
se espalham, 
o poço é furado,
a foça expõe o externo,
para o seio
chuva de prata.
Para os canos, 
de lama, manda 
alma, 
mala fechada, 
que por cima da carne transparente, anda
oxigenada
declara sangria , 
mistura-se ao sangue,
borbulha o corpo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MDF

Vontade do passado,
aprisiona
Vontade do ansiar,
futura
Vontade de chorar,
assusta
Vontade de amar,
revela
Vontade de voar,
liberta
Vontade de viver,
acaso
Vontade do presente,
agora.


                              (Edu Coutinho)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

amor em 4 atos


1.

O céu se acanhou atrás de nuvens cinzas; 
por um instante ,
difundiu-se  no vento leve 
umidecendo os amores de Vinícius , 
que dançavam ao som das franjas amarelas, 
que como um espelho,
plageavam o movimento calmo das asas
brancas  que plainavam.  Ali, ausentes.
Os movimentos incolores, borravam o quadro e os 
redemoinhos ilustravam a eminente catástrofe,
com os caminhos de areia que no ar se desenhavam.

Soprou o silêncio.
Aqueles de dar vontade de abraçar.
Novamente elas dançaram,
ansiosas 
sabem que o amor não pode esperar.

A luz, antes cinza, acendeu
o azul intenso do céu
através de seus olhos,
quentes e lânguidos,    
Inundando o silêncio com o esplendor de um arco-íris. 

2.

Suas pegadas, pequenos espelhos d'água,  
personificam seu caminhar iluminado, macio.
As franjas,
observam o seu vai e vem, 
pelas brancas asas que tricotam o ar com 
rasantes cortantes, livres,
cadenciado pelo ritmo de seus quadris.

As estátuas, de areia, desfazem-se,
não resistem ao corpo moreno,
molhado, 
viram súditas,
preferem sentir as solas.
Sabem que o corpo perece na forma.

O calor  de seus passos
dispersa a névoa branca,
com o mesmo rompante que o azul
expulsa o cinza.   

3.

Eis que surge, 
frontal
linda
com dois grandes de criptonita.

As palavras tentam, 
querem ser maiores, exceder as franjas,
querem cantar  seu violão. 
Tontas e hipnotizadas tombam no espaço.

Os olhos sujos de areia,
marejados, por tanta beleza,
ficam inertes. 
Ela passa.
As franjas se agitam, pela última vez, 
querem dançar, olham nos olhos dela, 
ela rejeita, 
enfraquecemdo-as. Deixando-as murchas.

4.

Antes serenas,as ondas
agora apagam minha memória. 
Fervorosamente, 
dissolvem seu rastro 
com  espuma de bocas unidas.
Beijava os pés ou seria a alma ? 

O suplício deixa seus olhos inatingíveis, 
marca a respiração com o contorno inebriante de seu corpo 
que brilha,
que só revela sua metade, 
como se quisesse um duplo,
que vai.

O vento sopra.
As franjas, douram seus cachos.
No vazio, sem eco, 
fica o hiato com as lembranças das franjas e do mar.

        (Edu Coutinho)  

quarta-feira, 31 de agosto de 2011



Vencilhada de tímido sentimento,
aproxima-se do aconchego do ser.
Entra leve e quente, 
sublimando os poros.  
A boca, sutilmente, agradece.

A inércia, agora, nada tem haver com a apatia, 
não vem em doses homeopáticas, 
não é medida.
A constância figura o abandono. Desleixo.

Não há luta contra  a gravidade, 
o corpo, abandonado  de presenças , 
se desfaz em ondas,
fica em águas profundas. 
Imerso. Disperso. 

Pela insustentável leveza,
anda nos limites e nas tangentes do ser,
dança o abismo do amor com a 
Dama da Noite. Iluminada.

Dançam também as franjas plumosas,
o contorno e caminho movediço da liberdade.  
O vento passa. 

Os poros, saturados, observam .
A frente vêem  a moldura
e contemplam desvencilhados de tímido sentimento 
o ávido cintilar da vida,
     
        (Edu Coutinho)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Banho de chuva


Agora é só o que me resta, a escrita, o café frio e a imensidão da escuridão. 
Lá de fora, não se enxerga muito aqui dentro. 
Nem notam, a fumaça que esvai, desenhando no espaço, 
espirais secos e cinzas. Tudo parece estar. 

Aqui dentro, onde a fumaça polui, a dúvida sufoca as possibilidades. 
Ou seria ansiedade ?  Como saber , se por direito, temos uma única opção ?  
Não falo das possibilidades das Duas vertentes;
Essas são menos exatas, por isso, mais amplas. 

Falo da coisa certa. Do caminho que as palavras caem do espaço.
Do caminho de pedras que é ser escolha. Nessas horas, que ecoa.
Eco-a a gota, a moça e o vazio dos gritos. 
Ressoa, pessoa sozinha. Poço sem fim. 

O ar falece, a fumaça contínua, dá o ritmo ao caminho, seja ele qual for . 
Teríamos uma linha ? Final ? Uma inicial ? Ou seria a mesma ? 
Faz diferença ? 
Que caminho a percorrer ? 

As pegadas, MARCA eterna dos que se registram, anunciam cada centímetro de palmo da sua terra, com a ferocidade de suas decisões, 
com a garra de seus desapegos, 
com a  gana de suas conquistas. 

Estar só, não é simplesmente caminhar desenfreadamente, 
querendo estar sozinho. É percorrer pedaços de você. 
Passear por praias desertas, frias e livres, pois são suas. 
Descobrir nas possibilidades, suas vertentes; Vertigens. 

Um minuto. 

A asfixia da fumaça , exprime com nuvens nos olhos, 
a dor de tal desapego: Ser ou não ser ? 
Chove aqui dentro. Ser dúvida é escolha; 
Desculpe, tenho que ir. 
Preciso tomar esse banho de chuva.

(Edu Coutinho)