quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O silêncio que ...


Memoria encubada, para 
dentro refletida, 
imaginação real, 
o silêncio que precede …

Frames contam o dia 
gotas de tinta ilustram as fotografias, 
imagem de nós … Esporro, 
dançam as tintas,
sê livro, dançam as palavras que pintam 
as telas brancas de seus arredores com torpor; 
perspicazes capricham nos detalhes e 
se desenha espinhos,
vermelhos se afugentam no centro da seta,
questão de revirar as estórias.

O papel rompe,
tilintar da tinta,
chão bombardeado; Arco íris de fogo 
rompe, estrela cadente
um pedido e 
aquarela; bolhas, 
fim do túnel, luz 
verde, azul forte 
agora refletida pra fora, 
real imaginação só; 
dentro,o silêncio
que precede.

                (Edu Coutinho)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Barco de papel


                                                         
                                                                       


Barco de papel

                                   (Para Maria Mariana)

Navegar:
obsessão,necessidade é
intrínseco ao ser
humano como as franjas 
espumantes do mar,
pegadas na areia, independente
da hora, do dia, 
do tempo, gestos ríspidos, 
respirar ação
profunda fome?!
Jejum que não escolheu
o que comer
artista da fome da vida
entenda que dia após dia
a forma repudia,
transformação contínua com
o passar da Lua:
Nada é. Próximo da morte
navegas por quê?
A violência do branco incita,
alerta em letras garrafais negrito 
laranja pega sua maleta sai
por ai deixe-as,faça-as 
de papel; adentre o mar frio
no começo, depois
diverso,poético com sua 
neblina; mãos cortam o ar
proa ao norte, barco
flutua, sim!!
Por dentro de ondas gigantes
enfrente a dimensão, jejum só
de névoa, vela e refrescos do ar.
Papel adentre assim:
bravo,em riste,
caminhe sempre em frente
avante ao vento dentro
ao lado,sempre que possível;
Rotas e destinos diferentes,
cascos juntos ao infinito.
Morte da Lua, em 
conta gotas ele surge acima,
muito antes amarelo,
forte e tira a cortina dos 
olhos, agora 
azul claro.
Panos esvoaçantes,
ranger dos dentes e uma eternidade
perene a sua frente; a inércia da velocidade
constante caminha! Se achegue
num canto calmo
se recoste as pedras
olha o céu imenso,
mesma cor das águas,
mas distante. 
Quero ficar aqui 
físico, vendo a herança 
de outrora; Transeuntes que andavam sob
as águas,labirintos piratas.
Mesma paixão. Barco de papel
vai com eles adentrar a paixão
do coração que não se acaba mais
em água! 
Evoé barcos de 
papel!

                                      (Edu Coutinho)