segunda-feira, 5 de maio de 2014

O dia era ensolarado. Era uma segunda típica: quente,azul claro.Mas amena quando assobiavam os pássaros. A estrada era longa e ele já vinha caminhando ha tempos. Suas solas precisavam refrescar-se em uma sombra e sentir o chão enraizado e o fresco encosto para suas costas.Suas pernas fadigavam na medida que os pensamentos poluíam sua cabeça. Não sabia se não conseguia ou se não queria brigar contra isso. Ele nada mais queria. O calor conturbava-o. Penetrava nas roupas e estendia sua ira para o corpo.A caminhada ja não era mais interessante. Os efeitos de todo o investimento e cansaço começavam a se refletir na falta de força para enfrentar a jornada. Parecia não ser mais natural. Os passos eram pesados,ele não sabia ainda ser  excesso de vontade ou de pensamento. İncomodado, deu uma volta em seu eixo,olhando para o infinito,buscava uma solução. Mas a sua cabeça,nada pensava. Era um reflexo desesperado,necessidade de controle, que não existia.Estagnado, resolve dar uma segunda volta e de súbito começa a sentir os efeitos dos fortes raios na sua cabeça. Os olhos ardendo,ficaram de joelhos. Conseguiam somente ver a turva estrada e nela se fixaram.Derreteram com o vapor. Se via o reflexo da estrada e o denso cinza pulsando infinito. Eles meditavam. Não era possível identificar quais estradas percorriam: as que trouxeram-lhes até aqui ou as que ainda querem percorrer. Pareciam resolver se desertariam ou tornariam-se estrada. Era uma inércia construtiva. Difícil equação para quem já esta de joelhos. Por ali passeavam inatos a estrada até que de longe avistaram uma curva daquelas na qual a linha reta tange para o infinito. Perderam a referência. Viram que para continuar a estrada precisavam mudar. Pensaram e pesaram a infinitude e segurança de seguirem tangenciando as curvas com a infinitude de uma vida nova a cada curva. Em silêncio decidiram. Pequenos movimentos começaram as ser esboçados pelo corpo. Nas botas,os dedos se remoíam e as maos silenciosamente direcionavam-se para a bolsa em suas costas,famintas por agua;Depois de refrescarem-se,ajudaram os olhos a amenizar o calor e tiraram o gosto salgado do suor na boca.Os olhos agora,menos ardentes,ergueram-se até ficarem de pé. Sentiram o vento e resolveram dar mais uma volta no eixo. Buscaram cada milímetro do cenário. Pareciam fotografar cada frame pela ultima vez. Sabiam que não veriam mais aquelas areias,que ouviriam os cantos de outros pássaros,pois haviam decidido caminhar. Não sentiam mais o peso nas costas e muito menos de suas roupas e botas pesadas. O banho de agua os renovou.Estavam prontos para caminhar,mas suas solas ainda precisavam de descanso e suas costas sonhavam com o suave tronco para descanso.Mesmo assim resolveram caminhar e quando na tangência da esquina estavam avistaram o seu oasis:o s(eu) descanso para o inicio da jornada,do outro lado da curva.