quarta-feira, 22 de julho de 2015


Grama molhada,
Madeira úmida. 
Longa caminhada até ali chegar.
Descanso rápido, brindado 
              pelo vento calmo e pela
              sombra amena, que balançava 
              e tocava notas musicais. 
Encanto aos ouvidos; 
Mãos ao vento.
Folhas em branco.
Raios de Sol e o caminho refletido no couro,
               como ouro em suas dobras, 
               e também na bota, 
               que sentia os moinhos dos dedos 
               das mãos, na sola.  
Movimento que explora. 
Pegadas.
O vento Sopra,
Oscila O tempo,
longa caminhada 
E as botas rumo ao 
Infinito reintegram sua
                Jornada.
Grama úmida e 
Pé na estrada.
Viva, a longa
Caminhada.

Wet grass;
Damp wood.
Long walk to get there.
Fast break, rewarded by
The calm wind and
By pleasant shadows,
Which rocked and played
Musical notes.
Charm to the ears.
Hands to the wind.
Blank sheets.
Sunshine and the path reflected
In leather, as gold in its folds.
And also in the boats, which feels
The wildmills of the fingers of his hands,
                                              on the sole.
A movement that explore. Footprints.
The wind blows. Dangle time.
Long walk and the boots
Are going towards the infinite.
                          Reintegrate their journey.
Damp grass and
Standing on the road.
(A) Live,
The long way.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O vento Sopra,
Oscila O tempo.
Ondas. Movimentos.
Proa a oeste e
As velas se acendem. 
Escorrem-se, flutuando
O tempo.
Novos caminhos Navegam, deslizando-se
No mar imenso. 
O vento, 
Uma onda e 
O tempo. 
Maré cheia
Que seus olhos adentram.
No infinito, navegam
Ao centro. 
Espaço criado
no vento por aquelas
Que flutuam ...
O vento.
O tempo.

The wind blows. 
Oscillations of the time. 
Waves. Movements.
Bow to the West and the 
                         sails are lit. 
Drip floating time.
New Path they sail. 
Sliding the immense 
                          sea.
The wind, a wave and 
                         the time.
Full tide that immerse into 
                          eyes.
At infinity, browsing to 
                          the Center. 
The space created in the wind 
by those that float 
The wind.
The time.











quarta-feira, 1 de julho de 2015

" Vislumbrava o verde,
Sentia o azul,
Mas o que via,
Era canoa preta.
Com ela navegou,
Encalhou. No mangue,
Encontrou pegadas
E buracos de outros
Náufragos.Navegantes de
bússola Arriada.
Guiadas Pelo destino.
E Enxergou lá
Longe, que
Perder-se não é
Só Caminho. É
Também meio
Para perder-se
Do ninho."

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Hoje quando acordei, andei até o jardim. A manhã  era serena, o capim, fresco . Acordei com rosas na cabeça. Botei a mesa do café. Frutas, sucos, pães e geléia de flores. Na maciez do capim acomodei-me. Quando notei, os raios do sol, espelhavam-se na fonte, que observava,minuciosamente, com seus olhos iluminados, o silêncio. Ela faz isso sempre as 8 da manhã. Calada, ela destituía meus sonhos, desprogramava a imaginação, com sutis esguichos de realidade, dando vida ao espelho. Laranjas, cerejas, amoras rolavam. Tudo caía. O jardim parecia ter vertigem. Ou era eu quem esmorecia ? O perfume rósea de suas manhãs, não adocicava mais o ambiente. O balanço, pendurado na cerejeira, oscilava, junto com o meu ir e vir. Devagar o rangido das correntes, pintavam todo o silêncio das minhas palavras. Uma a uma, elas fugiam do arrependimento de ficarem guardadas por todo esse tempo. O balanço era a pista de vôo. Catapultavam-se. Corriam junto ao  medo,  presente em todos os hiatos que marcavam a terra mole e barrenta como solas de sapatos. Essas danadas, descalças,queriam se contaminar com as lembranças das caminhadas matinais, dos cafés juntos. De tudo que existia além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus. Elas queriam, simplesmente, dizer a ela, que seus  sapatos ainda se encontravam embaixo da sombra dos piqueniques. Ela partiu, ou vai partir hoje? O vento passa, me abraça e borra com sua tinta fria o ar : De que adianta dois quartos, e uma sala gigantesca, quando se está sozinho em casa ?! Neste momento, o nó, esse músculo que da forma ao peito, aperta, como cano enferrujado no inverno. Bate os dentes da consciência e pronuncia : Anda por aqui algum homem vivo ?! O eco, percorre cada joelho, cada dobradiça da carcaça ruiva e velha. O motor, no seu quarto tempo, quer correr atrás do prejuízo, mas o ar em seus canos ilustra as primaveras passadas e o descuido. Nada mais resta, além do canto dos pássaros e algumas dezenas de palavras atravessadas na garganta. Petrificado e sem vida, a alma sai em devaneios inconscientes. Percorre  vontades e desejos. Coloca-me na frente do espelho. De frente. No reflexo, coração de pedra, a avareza pede socorre. A emergência, como um nada que é, é soprada pelo bule que chia suas explosões em bolhas de água. Por dentro esquenta. Tudo em ebulição. Um instante e saio locomotivamente expulsando meus vapores, que agora, não atrapalham as vistas, saem pelo canto dos olhos e por todas as interjeições de meu sujeito. Corre. Não sei porque. Talvez seja um ímpeto de vida. Talvez seja o medo, mas nada disso importa. Pois a morte comigo está de mãos dadas, em todos os meus passos. Chego. Encontro exatamente o que procurava. A passagem, solitária, para a morte, que dali não me levará. Os desejos acompanharam-me até ali. Um único olhar, a percepção do relógio, gigantesco, acima da cabeça, nenhum sorriso e muita vontade, de vômito, de ser prolixo, e nenhuma vontade de atritos interiores, mas as palavras pesavam minha garganta. Onde esta a coragem ? Eu sei o peso dessas palavras, caladas. Um instante. A primeira chamada, um segundo a menos. Será que a vida é agora ? Acabrunhado, enrolo-me, tento dizer o que é indizível. Questiono o medo. Por que ter medo de não ter coragem ? O vazio é o mesmo, o caminhar continua a ser sozinho. O que muda ? A vida, deve ser mais leve, dividida. A desconfiança, me segura ali. A consciência das limitações, mostra o êxito da saga de viver na beirada sem a audácia dos curiosos. A covardia da superficialidade, traz saudades apenas dos momentos físicos, pois o que está além, nunca foi vivido. Nunca me permiti pular do abismo, mesmo sabendo que jamais morreria. A segunda chamada. Tudo estava decidido do outro lado. Tinha um gostar que só exigia dispor-me. Do lado de cá, o arrependimento, a angustia de não ter dito e a morte pedindo carona. Cutucando meu ombro direito pergunta: Quem partiu ? Que diferença faz ? O vazio é o mesmo, o caminhar continua a ser sozinho e a satisfação de minhas superficialidades pesadas, beiradamente, realizadas. O sinal : a terceira e última chamada. Nada dito. Tudo vazio . Espasmos, nenhum reativo ! Anotou o nome e o número da cidade ? Muda alguma coisa ? E assim, indeferívelmente preta e branca, a materialização de meus anseios vai embora …
E agora ?!


domingo, 17 de maio de 2015

Flutuando,ela disse
A-Deus.
O vestido, se
Espedaçavaa ao vento,
No vento;como vento,
Soprava o amor; Forte,
Não os tinha criado pra si.
Sabia que ao mundo,
Pertenciam e que os tinha
Ensinado a voar,sobre a supervisão
De quem agora voa em ares
Limpos.
Os amores se foram: um bateu asa
E
Os outros se lançaram
Na infinitude do azul,
Para se deleitarem com a
Descoberta da escolha. Novos vôos.
Diversos aeroportos,
Influência das correntes,
Predadores. Ela sabe
Que não será fácil.
Chora sozinha, contém
Os impulsos. Quer voar,mas
Seus pés alados,criaram raízes,
Para que os anjos pudesses
Flutuar na terra.
Quer voar,mas sabe que os
Criou para voar.
Quer voar,mas sabe,que
Ao mundo pertencem.
Quer voar,mas sabe,que
Pés alados,só os anjos,podem ter
Para flutuar.
E junto
Com o vento,flutua
Para forte o amor
Soprar na hora da
Despedida.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Vento, o
Coração, sopra.
Venta, bate 
O amor. Fresco.
Frescas, são as folhas lá 
aonde a primavera
aflora. 

Wind, 
The Heart, blows.
Blows the wind, beats
The love. Fresh. 
Fresh , are the leaves outside 
shaking. There,
where the spring 
arises.

domingo, 3 de maio de 2015

A noite começava,mas já se passava das 22hs. O vento,que soprava ameno,desenhava nas folhas a harmonia da noite. Não se viam as notas,mas se ouvia o doce tilintar dos galhos,pelos movimentos de bateria acústica,que faziam. O olhar era filtrado pelo vidro da janela,que também refletia a fresca lua que lá no alto brilhava. As vezes,até se confundiam as luzes dos altos metálicos,com a do astro. Tudo era tão vivo,que a aquarela que se desenhava, alternava as cores com o segundo do vento. Não havia nada programado,só o pensamento que insistia em dizer que a vida não é agora. Somente questões cortavam esse espaço mágico,pois ali elas se viram em necessidade de mudança. Viajaram alguns segundos para compreenderem que também elas estavam surgindo agora. No ato. No fato de observar a hora. Curiosas,levantaram até o limite do que podiam imaginar; e se viram presas no limite do precipício: A janela. Não conseguiam entender,como sentiam o vento lá fora,sem ventar aqui dentro. Tiveram um choque. E como resposta,as árvores balançavam ofegantes,a intensidade aumentava,na medida que se caminhava para a porta,precipício delas. E como um estouro,sentiram vontade de gritar, de desaparecer, pois mais nada,se compreendia agora. E num surto de desespero, arrombaram a porta. Saltaram do precipício e começaram a chorar vento. Tudo o que se sentia, eram notas musicais ofertadas pelo ato,fato. Voavam tão livres, que se integraram a noite e desapareceram. Abro a janela, sinto uma brisa fresca. A vida vem, sinfonicamente, como resposta e me arrasta adentro no ato. Fato,voava a Vida (d)no Agora.