quinta-feira, 24 de abril de 2014


Era uma quinta-feira quente e cinza. A manha despertou incomodada com sucessivos pensamentos,influenciada pelos sonhos, e ansiosa pela noite.Por isso as nuvens demoraram para descortinar o céu e os primeiros raios de sol so foram sentidos no momento em que se sentia o cheiro do café.Torrando. Logo em seguida acompanhando as correntes que adentravam a casa pela janela vieram as incessantes buzinas, o estalar dos ovos,o tilintar da frigideira e a felicidade de um bom café! A manha agora se sentia mais forte,os raios de sol ja clareavam o dia e até as plantas sorriam. Mas algo errado ainda acontecia,pois os olhos o opaco ainda viam. A manha,diferente dos outros dias, se comportava como um nascer no sertão.  Onde tudo é seco,intenso,marrom. Sufocada,caminhava sem direção,sem decisão.Não se sabia se era o nascer de ontem ou a paixão pela Lua. Angustiada e realmente incomodada com a ausência dos cantos do pássaros,ela senta com a sua xícara de café ainda quente,em maos, e começa a lembrar de todas as manhas anteriores. Começa a identificar muitas outras manhas como a de hoje. Secas, com vento quente e que depois do seu pôr sempre se iam. De repente alguns sons vieram de fora da manha. Vieram da vida que corria. Vida que dela dependia. Entao ela por um segundo prestou atenção ao que la fora acontecia e começou a lembrar de todas as belas manhas que teve. Quando nasceu feliz,radiante,com a natureza cantando. Nesse momento, a manha entendeu,que ela é muito mais importante quando divide o amor,criando a unidade. Entendeu que uma hora se precisa ir,por que é hora da Lua. E sentiu que manhas diferentes estão por vim. Entao,tudo começou a mudar. Tudo voltou ao natural, ao simples e era tao inato que o céu mais azul veio a ficar. Agora frescor era o que ela sentia em cada segundo que vivia e que morria.Feliz por entender que não so a vida,mas também a felicidade esta em cada segundo de unidade.  Cê la Vie.