segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Simplesmente ...

Deixe a vida seguir ; Sem destino. 
Não pense as coisas  no seu Tempo. 
Elas nem sempre tem as suas vontades e muito menos, 
seus domínios. 
A ansiedade, a maluca ideia de alimentar aquilo que não se conhece,
angustia a alma e o espirito deste corpo terráqueo. 
Terreno. Respire. Simplesmente
faça aquilo que o quer. 
Nunca espere. Escute          s(eu)s instintos,  respire. 
Fique calmo, Tudo tem seu tempo. Tempo de amargurar, 
de maturar, de florescer. 
Acalme-se. Lembre-se sempre. 
A vida é um eterno aprendizado, um eterno ganhar, mesmo quando se perde. 
Para os vencedores, os corajosos, o trabalho e diario. 
Anseie, mas somente por suas adjacências e jactâncias. Caminhe crendo em suas tangências.
Nada alem disso existe. 
Respire.
Faça o que seu coração manda. 
Não arrume motivos para se ater, reter. 
Por maior que seja a dificil, deixe a correr !!  
Deixe a vida seguir ; Sem destino. 

          (Edu Coutinho)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Part.1 

A eternidade num minuto. Minúcia ?!
O tempo de um beijo, de um grito,
de um suspiro. 
Esse é o meu tempo.

O agora,
o urgente, 
o possível, intenso, a flor 
da pele que rasga.

Feliz por um instante.
Posso me amar de todas as maneiras,
em uma fração do tempo,
costuro os corredores por dentro de mim.

Viro água, entro por entre os buracos,
Corro por vielas escuras, me propago no eco, 
regurgito meus resquícios. 
Na velocidade da luz, passa.

Para você

Perdidos no caramelo dos seus olhos,
meus olhos,  devaneiam-se.
Atraído pela  boca, rosas na primavera,
fico inerte. 

O meu corpo te chama. Não reparo,
minhas mãos apertam as suas.
Cada movimento, é fotografado pela minúcia
do tempo.  

O ato de registrar o agora, revela
os cabelos ensolarados, com as pontas acesas,
o sorriso no canto dos lábios,
as maças avermelhadas . 

O silêncio do encontro dos corpos,
é refletido, pelo vai e vem das franjas do mar. 
O frescor de sua pele, desapegada do destino,
consome o orvalho que cai, como poeira de estrelas.

O vento, 
os poros ouriçam-se, abraçam-te.
Um beija-flor adentra o quadro, observa.
Será que sentiu a vibração ? 

Não viu, mas parou entre seu ombro esquerdo 
e alguma tangência do Sol que dormia. 
Sentiu como  iluminava-te ?

Seu calor se difundiu no 
meu no seu no nos
so o corpo virou um só.

Os lábios, tocaram, abraçaram, exploraram 
a maciez do toque 
forte do choque intenso, da pele.

Quando confessou, aos ouvidos, a lua sombreava o mar. 
As  franjas eram mais límpidas
e sua voz mais macia.

O vento,
os poros ouriçam-se, abraçam-te,
as cortinas, de seda branca, dançam.

Intrépidas escondem o quadro, a luz 
se apaga, a lua, 
por um instante , 
só resta eu e você.

      ( Edu Coutinho)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Part.3


Seus olhos alumiam-se,
o corpo, ainda desformatado 
banha-se no torpor de suas pupilas
sem se afobar, ser prepotente.
Espelhos. D'água 
vida refletida. 
Equilíbrio desmedido. Caos, 
insustentavelmente leve
direciona-se para o lugar mais primitivo.
Sorri ao ver que suas lágrimas 
não percorriam mais seu rosto, levemente desfacetado,
e sim caminhavam para 
o peito em direção
a nascente de seus rios.


(Edu Coutinho)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Part. 2


O ímpeto,
escorre por entre
dentro, acende do coração aos capilares,
veia. Romântica,
rompe as jugulares de suas fibras, fibrilas 
esgarçam-se, contraem a espuma branca
pra dentro, de si
ficam limpas, tencionam as mãos no rosto,
vibram com o farelo de seus  
músculos , escorre
corre liquido 
líquida como adrenalina adstringente
comprime, causa constrição. 
Seus impulsos levam-nas a todos 
os cantos 
prantos, lhe cortam os pulsos.
Indefesas, simplesmente caminham
pelo mar febril de rosas brancas, 
memórias de suas putas tristes.
Pelas jactâncias moles de seus tecidos,
querem descansar. Já muito foi caminhado.
Com os sóis deitam-se de mãos dadas. 
Na cama por detrás do rochedo, nasce o 
esplendor. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

1. Ir em direção ao ...

Part. 1



Próxima do ocaso 
por mordidas de dentes,
descem
se esfregando pelos cantos
vermelhos, mucosas
junto a saliva, rumam pelo cano,
desembocam digeridas pela acidez,  
do homem
se espalham, 
o poço é furado,
a foça expõe o externo,
para o seio
chuva de prata.
Para os canos, 
de lama, manda 
alma, 
mala fechada, 
que por cima da carne transparente, anda
oxigenada
declara sangria , 
mistura-se ao sangue,
borbulha o corpo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MDF

Vontade do passado,
aprisiona
Vontade do ansiar,
futura
Vontade de chorar,
assusta
Vontade de amar,
revela
Vontade de voar,
liberta
Vontade de viver,
acaso
Vontade do presente,
agora.


                              (Edu Coutinho)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

amor em 4 atos


1.

O céu se acanhou atrás de nuvens cinzas; 
por um instante ,
difundiu-se  no vento leve 
umidecendo os amores de Vinícius , 
que dançavam ao som das franjas amarelas, 
que como um espelho,
plageavam o movimento calmo das asas
brancas  que plainavam.  Ali, ausentes.
Os movimentos incolores, borravam o quadro e os 
redemoinhos ilustravam a eminente catástrofe,
com os caminhos de areia que no ar se desenhavam.

Soprou o silêncio.
Aqueles de dar vontade de abraçar.
Novamente elas dançaram,
ansiosas 
sabem que o amor não pode esperar.

A luz, antes cinza, acendeu
o azul intenso do céu
através de seus olhos,
quentes e lânguidos,    
Inundando o silêncio com o esplendor de um arco-íris. 

2.

Suas pegadas, pequenos espelhos d'água,  
personificam seu caminhar iluminado, macio.
As franjas,
observam o seu vai e vem, 
pelas brancas asas que tricotam o ar com 
rasantes cortantes, livres,
cadenciado pelo ritmo de seus quadris.

As estátuas, de areia, desfazem-se,
não resistem ao corpo moreno,
molhado, 
viram súditas,
preferem sentir as solas.
Sabem que o corpo perece na forma.

O calor  de seus passos
dispersa a névoa branca,
com o mesmo rompante que o azul
expulsa o cinza.   

3.

Eis que surge, 
frontal
linda
com dois grandes de criptonita.

As palavras tentam, 
querem ser maiores, exceder as franjas,
querem cantar  seu violão. 
Tontas e hipnotizadas tombam no espaço.

Os olhos sujos de areia,
marejados, por tanta beleza,
ficam inertes. 
Ela passa.
As franjas se agitam, pela última vez, 
querem dançar, olham nos olhos dela, 
ela rejeita, 
enfraquecemdo-as. Deixando-as murchas.

4.

Antes serenas,as ondas
agora apagam minha memória. 
Fervorosamente, 
dissolvem seu rastro 
com  espuma de bocas unidas.
Beijava os pés ou seria a alma ? 

O suplício deixa seus olhos inatingíveis, 
marca a respiração com o contorno inebriante de seu corpo 
que brilha,
que só revela sua metade, 
como se quisesse um duplo,
que vai.

O vento sopra.
As franjas, douram seus cachos.
No vazio, sem eco, 
fica o hiato com as lembranças das franjas e do mar.

        (Edu Coutinho)